sexta-feira, 19 de novembro de 2010

“O sertanejo é antes de tudo um forte” Euclides da Cunha.

“O sertanejo é antes de tudo um forte”

Euclides da Cunha.

Este trabalho nasceu através de uma pesquisa sobre as manifestações culturais de cada município do território do Portal do Sertão. O objetivo da pesquisa seria mapear os articuladores culturais e a presença do Vaqueiro nesta região sertaneja. Durante os estudos percebi que uma parte dos municípios tinha dificuldade de relatar as manifestações típicas de cada cidade, outra curiosidade seria a falta de registros históricos sobre os municípios disponibilizados na WEB. Neste percurso, na entrevista por telefone ligando para cada articulador e articuladora cultural, presenciava se uma ligação entre os municípios como o samba de roda, rezadeiras, religiosidade, festas juninas e os cultos aos vaqueiros; Entretanto, respeitamos a identidade é as diferencias construídas por cada localidade na construção de significados, interpretações simbólicas e diferentes rituais de cada cultura.

Essa primeira etapa se torna apresentação dos meus comentários e analises sobre esse vaqueiro que recebi o símbolo de sertanejo. É no mesmo tempo se torna uma figura mística e real se configurando como um vaqueiro.

O vaqueiro normalmente conduz a boiada montado a cavalo, se caracteriza com vestimentas específicas: chapéu de couro, gibão, jaleco, taca de cavalo. Isso significar o símbolo do vaqueiro seu modo de se vestir, demonstrando sua auto-afirmação: a identidade sertaneja.

Podemos relatar do livro do poeta Eurico Alves Boaventura , ele faz uma viagem apresentando o vaqueiro desde do período colonial até o vaqueiro contemporâneo. Ele na sua obra faz uma relação entre o fazendeiro e o vaqueiro. Segundo os estudos de Erivaldo Fagundes Neves, Eurico Alves Boaventura e do Estudante-pesquisador Tadeu Baliza caracterizam o vaqueiro respectivamente em três fazes: 1) o vaqueiro escravizado pelo fazendeiro, muitos eram negros viviam sem nenhum tipo remuneração, eram obrigado a ficarem presos dentro das fazendas; 2) O vaqueiro do século 19 e 20 que vendia sua mão de obra, o seu trabalho, em troca recebiam dinheiro pela sua força de trabalho prestado e a 3) vaqueiro que muda a dinâmica de sua cultura não usando só o cavalo como instrumento, mas a moto para tanger a boiada.

Sendo assim, identificamos vaqueiro enraizado pela cultura religiosa ligada a Igreja Católica, a maioria dos vaqueiros celebram a tradição do seu Padroeiro, a festa da vaquejada que e marcada em todas as cidades pequenas do interior. O vaqueiro trabalha na conservação da fazenda tomando conta das vacas, dos bois e de outros animais; alem disso pode ter outras atribuições no próprio trabalho; mas não podemos confundir com os boiadeiros cuidam das boiadas e os tropeiros que conduzem as tropas de animais podendo ser os cavalos.

Diante disso, o vaqueiro conduz a boiada com o cavalo; agora ele usa uma moto para tanger a boiada o qual possibilita ser mais rápido; será que o vaqueiro esta em crise?

Percebe-se cientificamente que o vaqueiro se tornou “multifuncional”; ele não só trabalha na fazenda; mas possui sua vida de agricultor, pescador, pedreiro e outras funções que ajudam na sua vida no campo; não posso deixar de lado que esse vaqueiro contemporâneo esta participando mais da rotina urbana, por exemplo, durante a semana zona rural e no final de semana ou nos dias de feira na zona urbana. Antes no período colonial o vaqueiro era analfabeto, não tinha oportunidade, agora ele tem a chance de estudar e de preservar sua identidade local.

Entretanto, me pergunto desta família deste vaqueiro que não e visualizada pelas telinhas de televisão? A família: base para construção e a continuação desta identidade no interior da família. Como está esses novos costumes culturais? O que estão surgindo com essas novas gerações: netas, bisnetas e filhos de vaqueiros.

Nesse sentido, o vaqueiro ele não esta em crise; mas no processo dinâmico de transformação da linguagem, da tradição, das roupas, das técnicas usadas para cultivo e a conservação das criações, da relação de fazendeiro e subordinado.

Devemos compreende que os vaqueiros possuem um símbolo nacional de preservação de sua identidade; o qual está envolvido as relações sociais no que diz respeito ao seu trabalho, religião e outras manifestações culturais que fazem partem de seu território.

Pelo visto, a temática do documentário retrata o vaqueiro como principal símbolo da região. Proponho que façam uma ligação com a cultura local, por exemplo, as culturas estão em processos dinâmicos de transformação social.

Deste modo, possibilitara fazermos conexões e demonstrarmos que essas comunidades estão mudando suas características culturais como a linguagem, a mudança de significação dos símbolos, roupas, movimentos, surgimento de novos grupos como da capoeira e outros. Isso faz parte do processo diacrônico e sincrônico no desenvolvimento humano de uma sociedade. Diante disso, temos oportunidade de pensar como esses sertanejos e os vaqueiros são estereotipados, por uma região de seca, festas juninas, religiosas. Concluímos que a cultura é dinâmica e as praticas sociais se alteram e se adaptam a uma nova realidade através desta diversidade cultural encontrada neste território Portal do Sertão.

Texto de Sostenes Aroeira da Luz

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